quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Jack Bauer

       Gosto de revirar as gavetas da minha memória para tentar encontrar alguma idéia útil ou mesmo para dar umas boas risadas. Desde que iniciei o meu trabalho n'Os Possíveis essas boas lembranças estão se acumulando. Acabo de me recordar das gravações em Barbacena e li novamente um e-mail que escrevi para os caras da banda.

       Em maio de 2012 estávamos no processo de gravação dos baixos e violões para nosso álbum (que foi lançado no começo de dezembro) e alguns fatos interessantes estavam acontecendo. Foi a primeira vez que todos os músicos da banda se encontraram, pois fizemos a pré-produção das músicas à distância, através de gravações enviadas por e-mail. Alex e Arthur nem se conheciam, salvo por algumas conversas via internet.

       Eu morava no apartamento do Alex e saímos bem cedo de Belo Horizonte com destino à Barbacena, onde registraríamos o som de nossos violões. Lá encontramos Humberto, Arthur e Oliver (o cara que nos trouxe interpretações magníficas de baixo, além de memoráveis imitações e situações cômicas). Já no estúdio, conhecemos Pitágoras, um sujeito muito gente boa que trabalhou por várias horas com Os Possíveis, sacrificando quase todo o dia de seu aniversário.

       Para colocar a cereja no bolo das aventuras possíveis, encontramos em Barbacena uma Kombi branca e vermelha, idêntica ao modelo que Alex escolheu como símbolo da banda. Foi a primeira vez que vi uma dessas. E logo no primeiro encontro de todos os integrantes. Voltaríamos a encontrar outra Kombi exatamente igual no dia em que fizemos o show de estréia, em Juiz de Fora. Há quem diga que são sinais ou indícios de que algo está por acontecer. Como sempre tem "algo por acontecer", prefiro apenas pensar que são pequenas coincidências que o cotidiano nos proporciona, mas que nem sempre temos olhos pra enxergar.

       Interessante foi perceber a quantidade de situações marcantes que ocorreram em apenas 24 horas, o que me levou a escrever para todos da banda. Decidi reproduzir aqui todo o conteúdo do e-mail, que foi enviado em 27 de maio de 2012:

"Ontem, precisamente às 4:47 hs, eu dei uma bicuda na porta do Alex Brasil e disse: acorda, cabôco!! E pegamos a estrada... Hoje, precisamente às 4:48, entramos em casa... Nessas modestas 24 horas e 1 minuto, gravamos violões e baixos, encontramos a Kombi d'Os Possíveis, nos divertimos com as bobagens e piadas de sempre, ouvimos as gravações e ainda tivemos tempo pra comemorar o aniversário de um cara muito bacana que a maioria de nós ainda nem conhecia... Nem Jack Bauer viveu tantas emoções em apenas 24 horas.

Obrigado a todos por mais essa experiência musical... Trabalhar com vocês é fácil e produtivo...

Abraços possíveis,

Felipe Amorim



P.S.: Arthur, passa o contato do Pitágoras pra gente... Quero enviar um e-mail de agradecimento..."


       Certamente foi um dia pra ser lembrado e que, pelo menos pra mim, ficou imortalizado neste pequeno fragmento digital que acabo de reproduzir. Isso me faz recordar das infinitas conversas com Anderson e Humberto (que continuarão na pauta deste blog). Pois é, meus amigos, acho que estamos sempre na busca pelos elementos intangíveis da música... e da vida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Feijão e o Sonho



É fato que as crianças são sonhadoras e os adultos são realistas. Na vida adulta devemos nos preocupar com as questões mais urgentes (pagar o aluguel, cobrar uma dívida, enviar um e-mail pro chefe, consertar o chuveiro...) e deixar em segundo plano as ditas “pequenas coisas”.
Mas será possível conciliar aqueles simples desejos infantis com o mundo de gente grande? Eu me esforço para acreditar que sim. Quando criança, costumava pensar: “os adultos são mesmo muito bobos, pois eles têm dinheiro e ficam gastando com várias coisas chatas, ao invés de comprar bombons. Se eu tivesse dinheiro...” Para me manter coerente com meus pensamentos dessa época, tomei uma atitude peculiar: ao receber meu primeiro salário, comprei uma caixa de bombons.
E o que pode ser feito no dia-a-dia para que não nos tornemos tão caretas e velhos com o passar dos anos? Acho que cultivar os sonhos é muito importante. Mesmo que eles se distanciem da idéia original. Aprendi que devemos deixar de sonhar e passar a ter projetos, pois isso sim é realidade. Colocar no papel tudo o que queremos e traçar metas claras e objetivas, descobrir um caminho para a concretização do que se passa na nossa cabeça. Mesmo que isso signifique mudar de cidade, sair de um emprego, terminar um relacionamento, encarar uma verdade que fingimos não enxergar.
Foi assim que conduzi minha vida até então. Transformei minhas vontades em projetos com começo, meio e fim. Abri mão de estar perto dos grandes amigos e da família, mudei de cidade, explorei novas possibilidades profissionais e venci a maior parte dos meus medos. Tudo isso construído de maneira extremamente racional e sobre uma sólida base de ceticismo. Aprendi a duvidar e questionar sempre. Constatei que a maioria das situações está contra a nossa vontade. Mas pode ser que a maioria das pessoas queira nos ajudar, basta ficar atento e observar quem está por perto.
Com a inevitável invasão da realidade em nossas vidas, entramos em conflito com nossas metas mais antigas, pois precisamos daquele dinheirinho pra comprar o feijão. O universo do trabalho nos consome e nos torna menos sonhadores. Devemos comprar o feijão de hoje e o de amanhã... E o de depois de amanhã... Assim, não sobra muito tempo pra filosofar sobre a vida ideal ou sobre como tudo parece mais belo nos filmes da Disney.
Quando eu tinha quatorze anos, decidi que queria aprender a tocar bateria e viver de música. Esse era o sonho. E, para que não faltasse o feijão, acabou virando projeto. Ou seja, não bastava subir no palco, era preciso dar aulas, fazer gravações, escrever partituras, ensaiar (muito!!), estudar (todos os dias), freqüentar reuniões, debater com empresários e produtores, administrar o ego (o meu e o dos outros), encarar rotinas de até doze horas diárias de trabalho, perder o sono, ganhar olheiras. Tudo isso e mais um pouco.
Assim, aprendi a viver no mundo adulto e me acostumei com a falta de poesia no cotidiano. Até que uma conversa com meu grande amigo Humberto (um sujeito mais cético do que eu, diga-se de passagem) me trouxe uma nova visão desse eterno conflito do mundo real. Num longo diálogo telefônico, em meio a um assunto que envolvia trabalho e planos concretos sobre um futuro próximo, ele disse: “Cara, espera um pouco... Você viu a lua hoje?” Imediatamente retruquei: “Que papo é esse? Tô aqui falando coisa séria e você me vem com esse lance de olhar pra lua? Logo você, o admirador da ciência e defensor do racionalismo?” Do outro lado da linha, vinha a resposta: “Tô falando sério... Olha a lua aí... Não é ela que é muito grande, nós é que somos pequenos demais... Pensa nisso. E vê se lembra que você só tem projetos porque um dia teve um sonho.”
Parecia conversa de universitário bicho-grilo em acampamento, mas resolvi refletir uns dias sobre isso. Realmente, somos muito pequenos. Tão pequenos, que muitas vezes nossos problemas são maiores que nós e acabam nos vencendo. E daí? Nem sempre o artilheiro faz um gol, nem sempre a Ferrari ganha a corrida, nem sempre conquistamos nossos objetivos. Quando o projeto falha, pode ser um bom momento pra voltar a sonhar. E quando tudo está dando certo, é bom lembrar que começou com uma idéia quase ingênua, um delírio infantil. Como uma criança desejando bombons.
Os sonhos jamais devem sair da lista de tarefas do dia. Só não podemos esquecer de guardar aquele trocado pra comprar o feijão.

(texto originalmente publicado em algum blog de pouca relevância)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sertanejo Universitário? Não, Obrigado...

Muita gente me pergunta o que acho do chamado “sertanejo universitário”. Confesso que, às vezes, evito o assunto. Talvez por conhecer muitos músicos que prestam serviço para a indústria que fabrica o gênero em questão. São meus colegas de trabalho e admiro a dedicação e o talento deles. Mas... quer saber? Não gosto de “sertanejo universitário”... Quer saber mais? Acho muito ruim... No bom português: desprezível. Com a permissão de abusar da vulgaridade: um lixo.
                Se critiquei, devo me explicar (será?). Durante anos, passei os fins de semana no sítio de um tio que escutava sertanejo de raiz. Aquelas músicas executadas por violeiros e cantores do sertão. Isso mesmo, sertanejos do sertão... Por mais estranho que possa parecer, esse tipo de música era feito no sertão mesmo. Sou a favor da modernização (adoro releituras de Beatles, peças eruditas tocadas na guitarra e afins), mas com o passar do tempo o rótulo “sertanejo” passou a englobar o pop romântico (era assim que as gravadoras classificavam o estilo das duplas com nomes fictícios que dominaram os anos 80 e 90) e foi ganhando contornos cada vez mais urbanos, seguido de uma simplificação artística que culminou na sua derivação mais moderna, sob o subtítulo de “universitário”.
                Se considerarmos a expressão tal como foi concebida, estamos falando de canções produzidas e consumidas pela elite cultural de nosso país, os estudantes das nossas universidades (renomadas ou não). Sinceramente, eu esperava mais... Esperava que nossos universitários fossem, no mínimo, capazes de escolher o que escutam, ao invés de abraçar a efemeridade de uma moda que nem sequer faz questão de parecer elaborada.
                Não pretendo sofrer de saudosismo de épocas que não vivi, enaltecendo as canções politicamente engajadas da contestadora MPB dos anos 60 e 70, entoadas pelos universitários de outrora. Acredito que a música evolui e que hoje temos mais ferramentas para produzir arte de qualidade. O que não consigo admitir é a quantidade absurda de hits com refrão pré-mastigado oriundos de um único estilo de música. Será que as rádios não têm outra coisa pra tocar? Será que os compositores brasileiros estão de férias? Será que os consumidores de música no nosso país estão precisando reciclar seus ouvidos?
                A internet nos fornece toda a parafernália de busca e pesquisa para encontrarmos músicas de todos os gêneros. Apesar disso, a preguiça intelectual ganha espaço na era da informação. É mais fácil digerir mais uma música que repete a fórmula cansada de um gênero mimético do que tentar descobrir algo diferente.
                Pra não ser (ainda mais) chato, vou tecer meus comentários considerando somente o universo das músicas sem conteúdo político-social, voltadas para o entretenimento imediato (trocando em miúdos: feitas para balançar o esqueleto e tomar uns goles de álcool). O pop-rock nacional é repleto de boas músicas com o único intuito de divertir o ouvinte, assim como o samba, o soul, a MPB... No entanto, parece que o Brasil atual só tem ouvidos para o mesmo tipo de som, feito pelos mesmos compositores, chorando as mesmas dores de um amor não correspondido ou convocando (com considerável êxito) o público feminino a exercer sua faceta de parcela submissa dos ritos sociais, tendo como único atrativo a sexualidade primitiva, desprovida de qualquer vestígio de mistério ou poesia.
                Estou cansado de ser recebido com a mesma trilha sonora em quase todos os ambientes. Os donos de bares, pizzarias, restaurantes e casas noturnas já nem perguntam se as pessoas querem algo novo, afinal quem não gosta de sertanejo universitário? EU NÃO GOSTO! Proprietários de estabelecimentos comerciais: troquem o CD de vez em quando. Radialistas: surpreendam-nos com boas sugestões musicais. Ouvintes: pesquisem o que há de diferente no mercado fonográfico.
                Deixo um pedido especial aos meus colegas músicos: vamos produzir! Quando busco refúgio para meus ouvidos nos pubs de rock, ouço grandes interpretações... de músicas do passado! Cadê o rock autoral? Sem novidade, os circuitinhos fechados de pubs (como temos em BH) se restringirão ao papel de nota de rodapé nas páginas da história cultural do país, perdendo o direito de fazer parte de movimentos artísticos maiores e (quem sabe?) mais lucrativos.
                Aos representantes do estilo que aqui critico, registro meus parabéns pela determinação ao se estruturarem administrativamente e cooperarem uns com os outros pelo fortalecimento do gênero. Não desejo a decadência de um ramo da música, espero apenas que exista mais produtividade dos demais artistas e mais vontade do público em geral para sair do ostracismo intelectual da música enlatada.
                Estou tentando fazer a minha parte... Não acredito que a qualidade musical deva se restringir a ciclos como o meio erudito ou os festivais de jazz. Penso que a cultura de massa pode e deve gerar novas idéias e novos sons. Faço questão de não emprestar minha mão-de-obra para a consolidação de algo que abomino. Respeito os que tocam “qualquer coisa” pra manter as contas em dia e torço para que nós (músicos/instrumentistas) possamos conseguir mais do que apenas sobreviver.
 Em breve, darei minha contribuição... Receberei elogios e críticas de braços abertos quando, enfim, colocar minhas músicas no mercado. E peço mais uma vez aos colegas que façam o mesmo, gravando sua obra e ocupando um pedacinho do disputado espaço artístico brasileiro, hoje repleto de adereços pseudo-rurais.
                Espero que num futuro (muito) próximo, a crescente “bundalização” da nossa cultura dê alguma brecha para a novidade. Vamos aguçar os ouvidos e exigir um pouco mais de inteligência nos versos e melodias (ainda que despretensiosos) de cada refrão que nos propusermos a repetir. É possível escapar do pensamento óbvio e da repetição desnecessária. Como eu já disse (em verso e melodia): “Grite, cante e dance/Mas fique fora de alcance.”

sábado, 23 de junho de 2012

Quem Tem Medo do Black Sabbath?




O rock and roll já foi símbolo de rebeldia juvenil (nos seus primórdios), contestação político-social (anos 60 e 70) ou até mesmo de manifestação de “forças ocultas”. Essa última vertente pode ser atestada pelas letras e pelo visual de bandas de heavy metal e subdivisões do estilo. Mas também em declarações públicas de alguns artistas, incluindo o lendário John Lennon e o pai do rock brasileiro, Raul Seixas.

Muitas vezes, essas declarações não passam de um recurso quase cômico que os artistas utilizam para chocar setores conservadores da sociedade que se incomodam com frases como: “o diabo é o pai do rock” ou “fizemos um pacto com o demônio para alcançar o sucesso”. O fato é que os roqueiros assustam muita gente... Ou melhor, assustavam. Nos tempos modernos, o rock não é uma expressão artística oposta à cultura padrão, tornou-se parte da mesma.

Elementos normalmente associados ao rock, como guitarras e jaquetas de couro, têm se tornado comuns no universo da publicidade. Digo isso sem embasamento estatístico, apenas por ter notado a quantidade de outdoors com tais elementos. Dou como exemplo um anúncio de um grande shopping de Belo Horizonte que apresentava um rapaz com um respeitável cabelo black power (no melhor estilo Jimi Hendrix) empunhando um baixo (se não me engano, um modelo Jazz Bass da Fender).

As expressivas vendas e a crescente popularidade dos jogos Guitar Hero e Rock Band, estão levando para os lares (conservadores ou não) do mundo todo uma avalanche de riffs para serem consumidos e repetidos por novos e antigos admiradores da boa e velha guitarra distorcida. Esses jogos estão disponíveis em diversas plataformas, incluindo os vídeo-games voltados para toda família. Com isso, alguns riffs bem velhinhos ganharam vida nova no imaginário da juventude atual, anexando à cultura pop bandas que antes representavam o seu oposto.

O rebelde-drogado-louco-suicida Kurt Cobain é hoje um personagem disponível nos novos games onde ele canta o que você quiser (até Bon Jovi!!) e pode assim freqüentar com total aceitação lares onde o Nirvana jamais pisou sem prévia autorização dos pais.

No começo de minha vida profissional, trabalhei com uma banda que se apresentaria em casas de show destinadas a um público pop. Durante a escolha do repertório, tentei ser ousado sugerindo a música Paranoid, de autoria do Black Sabbath. O guitarrista, mais experiente que eu, alertou: “Certa vez, tocamos esse riff em uma festa high society e uma menina chorou de medo na platéia”. Tudo bem, a garota em questão pode ser um pouco exagerada, mas a verdade é que Ozzy Osbourne e cia. realmente assustavam muitos ouvintes despreparados. Hoje, Ozzy é uma figura totalmente ambientada à mídia internacional. Seus adereços e comportamento bizarros foram levados para o nível do humor no seriado The Osbournes, maior sucesso de audiência na história da MTV americana. Recentemente, ao apresentar a música Iron Man para uma aluna pré-adolescente, me surpreendi ao saber que ela já a conhecia e não tinha medo, obviamente...

O Black Sabbath não apavora crianças e o rock não é inimigo dos adultos na batalha pela educação de seus filhos. Teria o rock and roll perdido sua força contestadora e sua fúria original? Acho que não... A inserção dos tradicionais roqueiros na nova cultura pop global pode e deve ser vista com bons olhos pelos fãs do gênero musical em questão. Hoje, a mídia encara sem preconceito os músicos “cabeludos e esquisitos” e a arte produzida por eles.

Nada melhor do que fazer parte do sistema para poder questioná-lo e moldá-lo para uma realidade mais ampla. O rock and roll ganhou força e tende a crescer como arte, entretenimento e ideologia. Agora só depende das bandas que estão surgindo. Esperamos que elas tenham a capacidade de produzir “clássicos” para seus filhos tocarem em palcos virtuais nos vídeo-games do futuro.


(Texto originalmente publicado em dezembro de 2009)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ação e Reação


Muito do que fazemos está diretamente relacionado a uma expectativa de resultados.  Dedicar nosso precioso tempo a um projeto, uma idéia ou uma pessoa pode ser frustrante ou gratificante. Tenho pensado muito em como administrar meu tempo para trabalhar bastante sem parar de estudar e, se possível, encontrar os amigos (muitos deles distantes) com uma frequência razoavelmente satisfatória. Nesse processo, acabei redescobrindo que a profissão de músico é mais do que executar tarefas, requer envolvimento total e equilíbrio entre intuição e racionalidade.
Mas isso vale pra qualquer profissão. Na verdade, vale quando o profissional realmente se interessa pelo que faz. Costumo dizer que um grande problema da sociedade moderna é o excesso de profissionais (qualificados ou não) exercendo funções pelas quais alimentam um desprezo maior do que qualquer retorno obtido em suas atividades. No mundo ideal, o policial seria o sujeito que quer (de fato) prender o criminoso, o político seria interessado em renovar a estrutura social do país, o advogado estaria em busca de justiça.
Sabemos que não estamos no mundo ideal. Mas devemos buscar os resultados mais próximos dos nossos ideais, tendo consciência de que nossos atos geram conseqüências. Assim como na física moderna a busca pelos elétrons nos dá “possibilidades” ao invés de localização precisa, a busca pelos ideais certamente gera resultados, mas são possibilidades tão diversas que podem culminar numa derrota lamentável ou numa inesperada conquista.
Tenho visto muitas pessoas de extrema capacidade e conhecimento que não têm coragem para buscar a concretização de seus sonhos por medo das conseqüências (possivelmente) negativas... Mas será que os resultados de nossas ações podem nos surpreender positivamente? É possível... Possível, mas também improvável... Considerando que pode dar errado, é aceitável nos recolhermos a uma rotina livre de riscos e novas ambições. E nem sempre é socialmente aceitável fazer algo diferente ou arriscar uma idéia fora do convencional.
A situação se torna mais inquietante quando percebemos que boa parte do que desejamos está ao nosso alcance.  Um telefonema ou um e-mail podem ser o princípio de uma realização pessoal, profissional ou seja lá o que for.  Por medo, preguiça ou insegurança, deixamos de evoluir como seres humanos, de adquirir conhecimento, de mudar de emprego (ou crescer na carreira), de rever amigos, de viajar...
Todos podemos fazer mais e, principalmente, nos tornarmos algo melhor. É o que tenho dito pra mim e pros meus amigos: “Seja mais!” Se você sabe até onde quer chegar, não pare antes do destino. Nas palavras do meu amigo Matheus: “Não pare no meio da pista, o caminho da volta é o mesmo que falta”.  
Acredito que só tenho essa vida e que ela é suficiente para realizar meus propósitos. Gosto do que faço e tento ser um pouco melhor sempre que tenho oportunidade de aprender.  Creio que posso percorrer um caminho que, ainda que longo e cansativo, pode me levar ao que desejo... Ou posso criar outro caminho quando as tentativas se esgotarem.  Como disse Bob Dylan: “Quando você não tem nada, não tem nada a perder”... Sendo assim, prefiro a incerteza de me arriscar nas minhas ambições artísticas do que o conforto cotidiano alimentado pelo pão cansado de cada dia e pelo circo de piadas repetidas.
Estamos cercados de opções para viver um fracasso precoce ou para seguir adiante. A escolha é simples, mas implica em sair da segurança psicológica do que já sabemos e mergulhar na aventura imprevisível do desconhecido. Não abro mão de repetir o que se tornou meu lema: “É possível!” Vamos fazer o que for possível e receber de braços abertos as possíveis conseqüências de nossos atos. 

Agora Vai!


Depois de anos escrevendo letras e poemas, resolvi transformá-los em música... O resultado será do conhecimento de todos em breve... Isso me levou a querer publicar também meus textos há tanto tempo engavetados. Vários amigos insistiram para que eu fizesse um blog e resolvi ceder. Mais do que isso, resolvi escrever ainda mais e publicar tudo... Valeu pelo incentivo, meus queridos... Agora vai!!     
 Muitos de meus amigos e colegas não sabem que encontro imenso prazer na escrita, chegando a superar minha já conhecida paixão por tocar bateria. Com uma diferença básica: não me cobro tanto quando o assunto é escrever, pois não sou escritor profissional. Isso deve contribuir para alimentar minha vontade de esboçar palavras sobre qualquer assunto,  com a permissão de pequenos deslizes no que se refere a qualidade da forma literária...
Sem mais papo-furado, começo aqui meu blog... A periodicidade não será uma regra... Escreverei sempre que sentir vontade e somente se houver algo interessante a dizer...
Deixo alguns recados para melhor compreensão dos textos:
1) Uso mais reticências do que deveria... Me parece que elas trazem um pouco de respiração e reflexão... Mas acabaram se tornando um hábito... E tem mais... ponto final é um porre!
2) Não sigo as novas regras gramaticais... Mal as conheço... Minhas idéias têm acento... hehehe